O MUSEU ENRICO POLI EM LIMA by ANTONIA FRERING

Graças a nossas queridas amigas do blog, todos os dias aprendemos grandes novidades como por exemplo esta visita a uma grande coleção que nossa amiga, Antonia Frering, acabou de fazer em Lima, no Peru, e teve a generosidade de dividir conosco. Vejam que programa maravilhoso que é visitar esta extraordinária coleção particular, super exclusiva.

MP

“A Asociación Civil Enrico Poli, mostra a coleção particular de arte peruana deste arqueólogo italiano que mora no Peru desde 1950 e conseguiu fazer de sua casa um verdadeiro museu de arte.

O museu tem várias pinturas do séc. XVIII absolutamente encantadoras, como a “Jovem Virgem Fiandeira” (La Virgen Niña Hilandera), de Urbina, onde a Virgem é apresentada segundo a tradição dos índios peruanos após a invasão espanhola e sua natural revolta contra os religiosos. De acordo com esta tradição, o lado feminino do corpo é o esquerdo, pois ali está o coração. Então, a Virgem está virada para a esquerda, sem pés, pois é Santa, não é da Terra; mas, como para os índios ela também é uma mulher trabalhadeira, ela aparece fiando para tecer, com seu trabalho, algo para seu filho.

 

Outra pintura que emociona, é o Menino Jesus que aparece com a coroa de espinhos no colo, segurando o dedinho ferido e a gota de sangue. Aí pode-se vê-lo virado para a direita, lado masculino do corpo, sem a coroa, pois não é Rei para os índios, é apenas o Menino Jesus.

 

 

Uma forma de mostrarem a diferença entre o Divino e o Humano, é a forma como apresentam altar e utensílios religiosos. Os altares que vimos são cobertos de pura prata, pois são Altares – mesas consagradas e os utensílios que recebem o corpo (hóstias) ou o Sangue (vinho) consagrados, são de ouro ou prata pura; os outros, como sinos, podem ser de outros metais como a alpaca, ou de prata não tão pura. A luta constante entre a aculturação e a liberdade é comovente e pode ser testemunhada ao longo da visitação.

 

 

Objetos incaicos, cerâmicas, pinturas, tecidos com fios de ouro, prata e lã, madeiras, porcelanas, joias em ouro e turquesa, coisas de impressionante beleza. Mas a prataria religiosa é que tem um lugar muito especial nesta casa-museu: em duas horas de visita podemos observar e nos encantar com altares e seus relevos de prata pura, peças de 2.000 a.C. até o início da República peruana, entre 1700 e 1800.

 

 

Lima também nos oferece a experiência de artesanato rico e colorido, sempre com grande ênfase na arte da tecelagem, dos bordados e da prataria. Peças de uma delicadeza muitas vezes de acentuada conotação religiosa, sem esquecer o sensível toque de local e de tradição indígena.”

 

ANTONIA FRERING para o 40 FOREVER ( texto e fotos )


Museu Enrico Poli

Lord Cochrane 466- Lima 18

PERU

 

MP


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