ART

RICHARD SERRA E SUA SEVEN, NO CATAR, por VANDA KLABIN!

Dois musos, Richard Serra e Vanda Klabin, tendo o MAC de Niterói como lindo pano de  fundo, se encontram no Rio na ocasião da exposição do artista no Centro de Arte Helio Oiticica, em 1997, com curadoria da nossa blogueira de hoje: competência! BN

Volta ao BLOG, pra nossa alegria, uma colaboradora muito especial, sempre com um assunto interessantíssimo como o de hoje: Richard Serra e sua Seven, a escultura, não o jeans…

Vejam a magnifica “Seven” flutuante engrandecendo a costa de Doha, no Catar: mais tarde voltaremos à ela. BN

E ninguém melhor pra falar sobre um dos meus escultores preferidos do que sua amiga de longas datas e parceira de trabalho, Vanda Klabin, nossa blogueira chiquérrima! BN 

Uma das belezas expostas no MOMA, na monumental retrospectiva do artista em 1997! BN

VANDA KLABIN:
“Richard Serra é um dos artistas atuantes no cenário da cultura contemporânea. Sua obra tem aspectos e escala industrial: são esculturas de grande porte e tonelagem, produzidas em aço-corten oxidado , sempre com aparência de total instabilidade.

Escultura “Torqued Elipses”, do MOMA: … “sempre aparência de total instabilidade”. BN

.A trama urbana  é o seu principal campo de experiência. O seu processo de trabalho  é distanciado da situação de confinamento de um ateliê  e expandiu-se para  a área pública, realizando obras de grande dimensões, inseridas no contexto do cotidiano urbano ou dentro de recintos arquitetônicos.

“Promenade”, expô no Grand Palais, Paris 2008. BN

A escala de monumentalidade, elaborada em cooperação com uma equipe de engenheiros, nos canteiros navais ou siderúrgicos, reinvindica, pelo peso e força do seu impacto físico, um espaço exclusivo e condições próprias de observação.

Eis nosso herói: Richard Serra! BN

Richard Serra  nasceu em São Francisco e, após ter passado alguns anos na Europa, se estabelece em Nova York, em1966. Sua obra tem origem nas discussões dos artistas minimalistas e realiza os seus  primeiros trabalhos utilizando ainda materiais flexíveis, como borracha e chumbo líquido,  um conjunto de questões que já apontam para a dissolução  do objeto escultórico. Seu percurso vai  incluir construções instáveis, elementos combinados de modo a criar estruturas de equilíbrio precário, que alteram a experiência perceptiva do espectador.

Vejam um “Look” da maravilhosa exposição de Richard Serra, “Rio Rounds”, realizada no Centro Cultural Hélio Oiticica, RJ, em 1997/98, com super curadoria da nossa musa Vanda Klabin! BN
Vejam este flagra, do escultor com a mão na massa, ajudando na montagem da Rio Rounds! BN

Em novembro de 1997, na qualidade de diretora do  Centro de Arte Hélio Oiticica, fiz o convite ao artista  para   ocupar as galerias da instituição, no Rio de Janeiro. Richard Serra instalou seus desenhos negros monocromáticos com “paintstick”, concebidos exclusivamente para aquele espaço arquitetônico, intitulado RioRounds. A instalação dessas superfícies negras requer uma complexa tomada de decisões que deriva de um experiência direta do espaço, ao mesmo tempo ativando-o e alterando a nossa experiência perceptiva.

A belíssima e monumental “Seven”, vista bem de pertinho: inspiração nos minaretes islâmicos…                                                                                     Foto tirada da escultura 7 e cedida para VK/40F pelo Catar Museum. BN

A sua primeira escultura pública, no Oriente  Médio, foi instalada no MIA PARK, em Doha, no Catar, em janeiro de 2012 . Seven é uma escultura monumental, composta de 7 placas de aço,  pesando 670 toneladas, com  24,40m de altura x 2,4m de largura x 10 cm de espessura. A construção  levou um ano e consumiu um milhão de homens/hora.
A escultura foi colocada num ponto da esplanada de Doha, antigo porto de embarque de containers . Ela parece flutuar no mar e fica próxima ao Museu de Arte  Islâmica, projetado pelo arquiteto IM Pei. As superfícies assimétricas de aço se sobrepõem, criando abstrações de texturas e sombras

“As superfícies assimétricas de aço se sobrepõem, criando abstrações de texturas e sombras”… como explica o autor! BN
“Ela parece flutuar no mar e fica próxima ao Museu de Arte Islâmica, projetado pelo arquiteto IM Pei”. Como nos explica Vanda Klabin.. BN

Serra explica o processo criativo atrás  da escultura 7: A minha fonte principal  de inspiração foi   o minarete Ghanzi, no Afeganistão. Fiquei muito interessado nos minaretes islâmicos. Eu os estudei, da Espanha até o Iemêm. Os minaretes têm formas redondas. O minarete de Ghanzi é o único que se desenvolve de maneira planar. Eu pensei que isso poderia combinar com a minha ideia para uma escultura. No meu entender, há muitas referencias no Corão ao número 7. O número 7 também tem relevância para uma importante descoberta feita pelo grande matemático e astrônomo persa, Abu Sahl al-Quhi. Arquimedes introduziu o conceito do heptágono regular na geometria, que ficou inexplorada durante  séculos. Também foi Abu Sahl que  provou que um heptágono regular pode ser construído como forma geométrica.

“Seven” por outro lindo ângulo. BN

Quem tiver a oportunidade de visitar o Catar, não deixe de incluir esse belíssimo  complexo cultural e apreciar a gigantesca escultura 7.” VK

Visão aérea da “Seven”, foto cedida pelo Museu do Catar. BN
A “Seven” pontificando na noite de Doha. Foto cedida pelo Museu do Catar. BN

Vanda Klabin
Historiadora  de arte e curadora
Setembro de 2012

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UMA PROGRAMAÇÃO SENSACIONAL PRO SEU FINDE!

Nem pense neste modelito para o seu fim-de-semana: tem muita programação imperdível na cidade…

Sexta-feira é o dia internacional de organizarmos a programação do fim-de-semana. Por isso, dou duas dicas bacanérrimas, pra quem está no Rio de Janeiro. Sei que já foram super badaladas, nos jornais, mas não custa nada repetí-las, vai que você estava viajando…

BN preparando-se para o percurso dantesco!

Trata-se de duas maravilhosas exposições: uma está na Caixa Cultural, “Dali: A Divina Comédia” e a outra, “Alberto Giacometti na Coleção da Fundação Alberto E Annette Giacometti”, no MAM.

Linda esta gravura, que é a primeira da série, com Dante, solitário, caminhando em direção ao… inferno!

Fui primeiro ver Dalí e as cem gravuras que ele fez pra ilustrar os cem cantos da Comédia de Dante. Achei o casamento perfeito, um dueto improvável mas primoroso, onde imagens e versos se completam, com a força e estridência necessárias. Só mesmo o surrealismo para concretizar, “comme il faut”, o “código de ética” mais cruel da face da terra, setecentos anos depois: como se um tivesse esperado pelo outro. Saí incomodada, com tantas informações brutais.

A caminhada de Dalí acompanha a dos cantos de Dante e vai na sequência: Inferno, purgatório e Paraíso… Esta gravura está no inferno…

Esta exposição acentuou as saudades perenes que sinto do maravilhoso Professor Marcos Pires, pois tive a grande honra e o privilégio de tê-lo como “personal Vergílio”(a grafia é esta, segundo meu guru Junito Brandão). Por dois anos, um grupo de amigas e eu, com a perseverança e imensa cultura de Pires, nos dedicamos a tentar desvendar os mistérios do grande Dante. Sem sua ajuda, eu não teria saído do primeiro canto…

BN entrando no lindíssimo prédio do MAM!

Saímos do “Caixa Cultural” direto para o MAM, onde o grande Giacometti esperava a nossa visita, sereno e na medida.

O maravilhosos homem andante de Giacometti!

A extrema elegância de suas esculturas aliviaram e muito o meu espírito, enchendo meus olhos com suas formas limpas e esguias. Sempre que vejo algum trabalho de Giacometti, lembro da tecnologia caseira dos castelos que fazíamos com areia e água, nas praias desta vida.

Amei a última sala, no terceiro andar, com esculturas de uma fase que eu não conhecia, à la Bacon e seus Papas.

Vou contar uma brincadeira pra vocês: Meu marido e eu, quando vamos numa expo que amamos, no final “simulamos uma catástrofe” e checamos o que cada um salvaria, dentre tantas belezas. Nesta expo, ele salvaria esta escultura. Lembrei de Roberto Magalhães….

Adorei a minha preciosa tarde cultura! BN

 

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JOSÉ BECHARA EM PORTUGAL

O grande artista plástico José Bechara, mandou-me fotos de seus trabalhos que estão expostos em Braga, no norte de Portugal, na maravilhosa Galeria de Mario Sequeira. O espaço é divino, adorei o lugar que foi inaugurado em 1994 e logo fez o maior sucesso, devido a qualidade das exposições que apresentou como as dos artistas Lucio Muñoz, Antonio Saura, Richard Long, Gerhard Richter e Andy Warhol, entre outros.

A exposição atual, das esculturas de Bechara, é apenas uma preparação para uma grande exposição que o artista fará no ano que vem, com pinturas e esculturas. A atual ficará até o fim de setembro e escolhi algumas obras que gostei para mostrar pra vocês. MP

CLIQUE AQUI PARA O SITE!

A galeria!
Esculturas do Bechara.

A entrada da galeria
Adorei esta foto de Versailles por Candida Höfer.
Hall da salle Pleyel, por Candida Höfer
Bibliothèque administrative de la ville de Paris.
Jardins da Galeria, com escultura do Bechara
Linda esta escultura do Bechara!
E mais Bechara.

 

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LIVRO MOSTRA A ARTE DE SAMICO EM SEU ESPLENDOR!

 

Lindo livro sobre a vida e obra do pintor e gravador Gilvan Samico!

“… ESTOU TRATANDO DE UM DESSES CASOS RAROS DE ARTISTA SUPERIOR, MESTRE DE SI MESMO E DISCÍPULO DE NINGUÉM”, Ariano Suassuna sobre o grande artista Gilvan Samico!

Nosso BLOG louva a Editora Bem-Te-Vi pois suas publicações são verdadeiras jóias do mercado editorial, como o deslumbrante “Samico”, lançado na semana passada na Galeria de Arte Ipanema, no Rio de Janeiro, lugar certo para a obra de arte que é.

O livro trata da vida e obra do artista plástico Gilvan Samico, pintor e dos maiores gravadores da história da arte brasileira, tem um belíssimo prefácio de Ariano Suassuna e texto do crítico Weydson Barros Leal: um luxo só!

Residente em Olinda, a arte de Samico é a cara de seu Pernambuco. Enfeitando  seus trabalhos com profetas, santos, dragões, sepentes, bois encantados ou cavalos misteriosos, o artista tem um pé na terra e outro num mundo fantástico, lindo e eximiamente bem retratado, lembrando muitas vezes os lindos folhetos da literatura de cordel.

Por isso, ele  é aclamado como um dos mestres do Movimento Armorial, iniciativa artística de Ariano Suassuna, cujo objetivo é criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do nordeste brasileiro. Quer pendurar o Brasil na parede, vá de Samico!

Aprenda este pouco e muito mais vendo, lendo e curtindo muito “Samico”, eu recomendo!    BN

Se quiser comprar Samico do seu sofá é só clicar no Banner da Bem-Te-Vi!

CURTAM A SUA ARTE!

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