11 de agosto de 2012

SALZBURG: BLIND DATE ABENÇOADO!

BN com a linda Salzburg ao fundo!

Meu “blind date” com Salzburg acabou em casamento, juras de amor eterno e uma vontade louca de voltar!

Um carregamento do “ouro rosado” , o SAL de Salzburg!

“Reino do Sal” no coração da Europa, de onde tirou seu sustento e pontificou como cidade-estado por séculos, Salzburg parece saída de um conto de fadas. Sem ponte levadiça mas com um entorno feérico de montanhas mágicas, que separam o céu mais azul do verde vivíssimo que a deslumbrante vegetação de bosques e relva imprime em seu sopé, os dias de verão, por lá, são de tirar o fôlego. Assim, até nós forasteiros, sentimos um certo “orgulho-cívico” por pertencermos, mesmo provisoriamente, àquela atmosfera única e inesquecível.

Olhem que visual!

É uma delícia flanar pela cidade de Mozart, suas ruelas interligadas por passagens quase secretas, aonde nos perdemos para reencontrar nosso rumo em outra praça linda e igualmente florida, com as jardineiras mais bem servidas que já vi na vida: as fachadas das casas austríacas são um show à parte. Portanto, a primeira providência turística é deixar a vida te levar, pelo labirinto de Salzburg!

Fachada linda e florida de uma praça em Salzburg!
Outro recanto delicioso…
A casa em que Mozart nasceu…

Território urbano conhecido e reconhecido, aconselho passear pelas redondezas que vão da lindíssima Baviera ao romântico Tirol. Repleto de atrações naturais, geográficas e históricas, o ponto alto do seu passeio vai ser mesmo a beleza da região, com milhares de rios e lagos límpidos e cristalinos, escondidos a cada curva do caminho, um abastecendo o outro numa simbiose aquática impressionante. Mais a bucólica cadeia alpina, definindo o céu com delicadeza, bosques e campos de flores silvestres de todas as cores, tudo isto somado invadindo, sem pedir licença, nossos incrédulos olhos.

Me senti no topo do mundo…
Olhem que espetáculo este “quase canion”, na Baviera: fizemos um lindo passeio de barco aí!

Única queixa, para a defesa do consumidor: a famosa Edelweiss, flor símbolo da Áustria, diferente do que nos cantou o capitão Von Trapp, é uma verdadeira prima donna e se esconde como ninguém…

Olhem bem pra esta preciosidade… figurinha difícil por lá!

Mas tudo isto é moldura pro que me levou à cidade: o Festival Anual de Verão de Salzburg, aonde por cinco semanas temos o privilégio de ver e ouvir o que há de melhor na música clássica e ópera. As grandes orquestras, os melhores solistas, os cantores do momento, apresentando-se dentro e fora dos palcos, pois a cada esquina esbarra-se com algum ídolo musical, ao vivo e a cores!

Cartaz do Festival de Salzburg!
Eis o maravilhoso pianista András Schiff , depois de um concerto no Grobes Festspielhaus.
Apresentação emocionante de uma versão modernésima da “Flauta Mágica”, do salzburguense Mozart, numa sala encravada na pedreira cujos arcos, ao fundo, são do século XVII!

A elegância da platéia é um capítulo à parte, por lá todos capricham à sua maneira: amei ver as lindíssimas austríacas, com suas roupas típicas, versão dia de festa. As estrangeiras, alinhadérrimas, também enfeitam o ambiente, sempre apropriadamente vestidas: é uma curtição vê-las desfilar seus lindos vestidos black tie, quando o espetáculo é à noite. Mas quem não aderir, nenhum problema, em Salzburg o que vale é sermos felizes e nos sentirmos bem!

Durante o intervalo dos concertos, as portas dos teatros são abertas e alguns bares montados do lado de fora, para drinks… super agradável!

A noite salzburguense é alegríssima, os restaurantes fervem, especialmente os situados nas cercanias dos teatros. Lá, artistas misturam-se aos clientes, depois de suas performances: uma satisfação para os olhos, uma festa pra o espírito.

Os queridíssimos Rafael Fonseca e Claudia Nogarotto, responsáveis por nossa maravilhosa viagem!

Não posso terminar meu relato sem mencionar o privilégio que tive em viajar com o Professor Rafael Fonseca. Especialista em história da música clássica, ele e sua empresa de acontecimentos culturais, a VIRA, organizou toda nossa viagem, escolheu os espetáculos que vimos, a dedo, conseguindo lugares esplêndidos. E o melhor, antes de cada um deles, fazia palestra para já chegarmos ambientados. Luxo total! BN

SALZBURG: BLIND DATE ABENÇOADO! Read More »

A GRANDE FOTÓGRAFA INDIANA

Como estou totalmente apaixonada pela India, vou falar aqui de Homai Vyarawalla que foi das maiores fotógrafas indianas de todos os tempos. Ela era chamada “Mummy” pelos outros fotógrafos em sinal de respeito e admiração.

Homai nasceu em 1913 e morreu en janeiro deste ano com 98 anos. Estudou na escola de Artes de Mumbai, e sua primeira experiência como fotógrafa profissional foi vendendo em sua escola, para seus amigos de classe, seus trabalhos, por algumas poucas rupias. Ela realmente foi mais que uma fotógrafa, foi uma refência para as mulheres indianas comprometidas em derrubar o machismo da tradição deste país, para conseguir construir uma sociedade mais justa.

Homai fotografou todos os grandes políticos indianos como Gandhi, Nehru, Indira Gandhi e suas fotos viram ícones mundiais, como por exemplo a fotografia do enterro de Gandhi ou da familia de Nehru, personagem que amava fotografar, e a foto mais importante foi certamente a tirada no dia 15 de agosto de 1947 durante a cerimônia para içar a bandeira no Red Fort, quando foi decretada a independência da India da Coroa Britânica.

Atualmente uma grande exposição com toda a retrospectiva de suas fotos está acontecendo no “Rubin Museum of Art” em New York e ficará até dia 14 de janeiro de 2013. Este programa é imperdível! MP

Homai Vyarawalla no seu começo! Grande revolucionária da época pois não havia NENHUMA mulher fotógrafa.

Esta foto deve ter uns 5 anos….Grande mulher esta “Mummy”.

Esta é Nehru, primeiro ministro da India.

Nehru colocando o “tilak” que é o sinal de boas vindas em Jacqueline Kennedy.

Grande Nehru.

Umas das fotos mais importantes de Homai, a cerimônia de independência da India.

O emocionante funeral de Gandhi.

 

A GRANDE FOTÓGRAFA INDIANA Read More »

OSCAR NIEMEYER: Entrevista por Betina Bethlem

Andréa, linda e maravilhosa!

 

Convidei minha cunhada amada, Andréa de Magalhães Lins, para nos contar sobre sua sobrinha competentérrima, Betina Bethlem, e seu trabalho.

 

Betina e Andréa, minha “Cunha” amadíssima!

 

De quebra, a entrevista que Bettina fez com nosso mago da arquitetura, OSCAR NIEMEYER.

AC

“Apresento a vocês a jovem e talentosa Betina Bethlem, que trabalha como gerente de projetos e como jornalista na Paddle8 em Nova Iorque. A Paddle8 é um site que oferece a colecionadores internacionais acesso a uma seleção de obras de arte das melhores galerias, fundações e feiras de arte no mundo!

Membros cadastrados na Paddle8 podem navegar o mercado de arte, se educar, e comprar obras de arte através do site.

Betina, que nasceu e foi criada nos Estados Unidos,( minha irmã e meu cunhado moram lá há anos onde ele trabalha), estudou literatura e história da arte na University of Pennsylvania, e começou sua carreira no MoMA em Nova Iorque, trabalhando com o curador de arte latino-americana. Anteriormente a Paddle8, também trabalhou no The Brooklyn Rail, e na Artnet.

A Paddle8 em parceria com a Visionaire, editora de arte e moda que produz revistas em formatos originais, homenageiam o Rio de Janeiro em sua edição Visionaire 62 Rio.

Betina escolheu o lendário arquiteto Oscar Niemeyer e obteve uma rara entrevista, publicada na Paddle8 como personalidade central da homenagem. Ele fala sobre seu amor pelo Brasil, seus desenhos, suas inspirações, suas viagens, seu uso revolucionário do concreto armado, e a importância da beleza e da invenção na arquitetura. Leia a transcrição da entrevista abaixo.

BETINA BETHLEM

 

O projeto também inclui conteúdo adicional para comemorar o mestre arquiteto e a vibrante cena artística do Brasil. Além da entrevista exclusiva com Oscar Niemeyer, o projeto é acompanhado de 18 slides em 3D de algumas de suas principais obras e um estereoscópio para visualizá-los. A edição inclui também uma galeria de imagens de obras de arte de artistas brasileiros contemporâneos representados por galerias brasileiras, e fotos do artista e diretor criativo da Osklen, Oskar Metsavaht. Acesse o projeto aqui!

Você também pode comprar a Visionaire 62 Rio, os slides do Oscar Niemeyer, e as obras de arte através da paddle8.com

 

 

Entrevista com Oscar Niemeyer por Betina Bethlem:

 

BB: O que inspirou os seus desenhos?

ON: Eu quando era garoto gostava de desenhar. Eu lembro quando eu tinha uns 10 anos, eu ficava assim com o dedo no ar, desenhando. Não importava o que estava passando, eu estava sempre desenhando. O desenho sempre me provocou. E o desenho me levou a arquitetura.

BB: A sua família te ajudou?

ON: Eles concordaram. Foi tudo muito pessoal. Meu pai era comerciante de uma empresa de papel, e achava que isso era o que eu iria seguir. Mais eu tinha vontade de desenhar. Fazia retratos, e fazia desenhos, e ai acabei na arquitetura.
Eu também gosto de escrever, distrai né?

 

BB: O que o senhor gosta de escrever?

ON: Eu gosto de escrever sobre arquitetura, gosto de escrever sobre política. A literatura me provoca também. Eu gosto de escrever na revista que escrevo [Nosso Caminho]. Escrevi um livro também.  A revista obriga a gente a ficar especulando os problemas da arquitetura. Tem dez números. A idéia é levar para os estudantes todos os assuntos, não  apenas arquitetura, inclusive política. Nós mesmos trabalhamos, arranjamos e organizamos os textos. O que é distraído é fazer a revista, escolher o homenageado, a história dele, e depois como é que a arquitetura está marchando no tempo. Mostrar como tudo o que fazemos agora é especulado no concreto armado. Antigamente a arquitetura era feita com menos possibilidades de invenção. Hoje a arquitetura é invenção. Tem que estar de acordo com a estrutura, a gente pode especular com a escultura. A gente trabalha para instigar o concreto armado. Ajudando ele a evoluir também. Antigamente uma casa era uns tijolos no chão. Hoje você pode faze-la suspensa, numa maneira mais diferente. Eu fiz uma casa nos Estados Unidos recentemente. É uma casa que a pessoa se espanta um pouco. É tudo racional, tudo feito direito, tudo podendo usar o concreto armado em uma maneira inteligente. A arquitetura hoje é invenção. Não basta ser só racional, tem que ser bonita, e tem que mostrar que ela está baseada numa arquitetura rica em soluções.

 

BB: Quais são os problemas da arquitetura hoje em dia?

ON: O problema é utilizar o concreto armado em todas as suas possibilidades. Você pode fazer uma casa em cima de quatro colunas, ou você pode fazer uma casa em cima de uma coluna só – então isso mostra todas as possibilidades que o concreto armado oferece. Então para ser boa a arquitetura, ela tem que exprimir bem o processo do concreto armado. Se não, é atrasado.

 

BB: Eu acho que a arquitetura do senhor dá a sensação de se estar em outro planeta, outra realidade.

ON: [Risada] É. Depende do caso. As vezes a gente gosta de fazer um projeto variando em torno de um elemento assim fundamental e de grande estatura e beleza. É bom… É bom fazer arquitetura assim, procurando a coisa diferente. Agora estou fazendo um estádio, estou pensando no estádio. É um estádio mais ou menos pré-fabricado, mais não é pré-fabricado. É feito a base do concreto, a cúpula. É uma cúpula gigante, uns 250 metros. Então essas obras assim diferentes que despertam meu interesse me dão a vontade de fazer arquitetura.

 

BB: O senhor passou uma boa páscoa?

ON: É, trabalhando. Trabalhando normalmente. As vezes a gente viaja aqui por perto do Rio, para outros estados. Já viajei longe também. Fui até Moscou, os Estados Unidos. Eu fiquei um mês nos Estados Unidos trabalhando normalmente na Organização das Nações Unidas. Depois eu vim pro Rio, e daí trabalhei na França alguns meses. Conheci a Alemanha, conheci Moscou, conheci a África. Eu tenho uma idéia do mundo já bem nítida. O mundo que é afinal, a luta dos pobres contra os ricos. Os pobres estão revoltados com a injustiça social e os ricos querem manter a evolução do dinheiro e do poder. Eu estou do lado dos pobres.

A arquitetura é uma coisa de pensamento. A arquitetura é uma coisa de fantasia. A arquitetura não e um negócio. Não é a técnica só – não e só subir com prédios ate 100 metros. A arquitetura é construir prédio bonito. A arquitetura pode criar um ambiente bom para se viver. No Brasil o acesso é difícil, a comida é difícil. Nem só para brasileiros, deve ser assim para os egípcios agora também. Essa pobreza cria muitos problemas.

 

BB: O senhor trabalhou com o Le Corbusier?

ON: Mais ou menos. Eu fiz o projeto da ONU. Eles escolheram o meu projeto, aí ficou aquela confusão. O Le Corbusier me chamou, pediu para mudar o lugar de uma igreja que eu tinha feito. E ele era o mestre, então logo eu concordei em trabalhar com ele no projeto inicial.

 

BB: E Brasília?

ON: Brasília tem coisas boas e coisas ruins. Ha muitos prédios bonitos. É uma cidade de pobres e ricos juntos. Tem zonas para gente com melhores condições, e tem as zonas mais pobres. Brasília tem defeitos e pecados como qualquer cidade, mas é uma cidade agradável.

A cidade depende do ambiente. Brasília não é bonita do jeito do Rio de Janeiro, com a natureza bonita como a do Rio de Janeiro. Seria muito mal arquiteto para estragar um lugar tão lindo, com suas praias e montanhas. Só os ignorantes perturbam a beleza natural das cidades.

 

Vale a pena também conferir os links abaixo:

http://www.paddle8.com/editorial/niemeyer

http://www.anothermag.com/current/view/2082/Oscar_Niemeyer

http://coffeeandacookie.com/

http://www.vice.com/read/oscar-niemeyer-856-v16n5

http://vogue.globo.com/moda/news/oscar-niemeyer-complementa-a-edicao-3d-da-visionaire-62-rio/

 

Betina Bethlem é tão linda que vale a pena ver de novo em outro angulo sua beleza!

 

Andrea Velloso de M. Lins, para o 40 FOREVER

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

OSCAR NIEMEYER: Entrevista por Betina Bethlem Read More »