3 de junho de 2013

NÃO FOI INRI QUE ESCREVERAM NA CRUZ, por DEONÍSIO DA SILVA

 

 

É sempre uma honra para nós do 40 Forever receber a visita ilustre do Professor Deonísio da Silva que nos enriquece com seus artigos! Minha santa ignorancia agradece este em especial!

AC

 

NÃO FOI INRI QUE ESCREVERAM NA CRUZ

“O Império Romano mandava escrever na cruz dos condenados o nome do réu e o motivo da pena de morte. No caso de Jesus, a tradição sempre informou que a explicação estava resumida no acrônimo INRI, como vemos nos crucifixos.

Mas o Evangelho de São João 19,19 informa que a frase foi colocada completa, sem abreviação ou acrônimo algum: “Pilatos mandou escrever e colocar na cruz esta inscrição: Jesus, Nazareno, Rei dos Judeus”. “Estava escrita em hebraico, em latim e em grego”.

 

Santa Helena, mãe de Constantino

 

Narrações históricas e lendárias informam que Santa Helena, mãe de Constantino, que no século IV tornou o cristianismo a religião oficial do império romano, liderou a expedição que encontrou a cruz em que Jesus foi crucificado, repartiu-a em três partes, mandando um pedaço para cada uma das três igrejas construídas especialmente para guardar o precioso tesouro: em Jerusalém, em Roma e em Constantinopla.

 

Golgotha

 

Erros de tradução contribuíram para que tal relato fosse dado como invenção, mas inventio em Latim significa descoberta. Então, ela não inventou essa história, ela descobriu a cruz, os pregos e a tabuleta nas escavações que mandou fazer no monte que em Hebraico era chamado Gólgotha, em Aramaico Gûlgaltâ, em Grego Kraniou topos, e em Latim Calvarium. Nas quatro línguas, o significado é o mesmo: lugar das caveiras. Era naquela pequena elevação, nos arredores de Jerusalém, que os condenados à morte eram crucificados.

 

Detalhe da Golgotha

 

Os romanos designavam titulus a tabuleta, cujo significado em Português é título, inscrição. E o que ali estava escrito era chamado elogium, que no Português elogio conservou apenas um significado positivo. No Latim designa identificação, podendo ser de nobreza ou não. Era semelhante ao Grego epitáhion, epitaphium em Latim e epitáfio em Português.

 

 

Em túmulos antigos, o epitáfio trazia versos enaltecendo as virtudes de quem ali estava enterrado, mas às vezes eram versos satíricos que debochavam de alguma característica ou defeito do falecido. Os romanos enterravam ou incineravam os mortos, dando origem à palavra busto, de bustum, queimado, do mesmo étimo de combustão. Isto porque, no lugar em que o morto era queimado, erguia-se um pedestal onde era posta a sua imagem em bronze.

Há outras curiosidades no elogium, a escrita do titulus, a tabuleta posta na cruz do Senhor. Como no Hebraico a frase é escrita da direita para a esquerda, o copista, a mando de Pilatos, escreveu as traduções em Grego e em Latim, também da direita para a esquerda, mas nessas duas línguas, como no Português, é da esquerda para a direita que se escreve. Pilatos exigiu também que a frase latina ficasse perto da cabeça do condenado. Assim, a hebraica ficou no alto, e a grega no meio das duas.

 

Salmo 23 em aramaico

A Palestina, palco dos trágicos eventos, era então poliglota. No comércio, usava-se o Grego. Nos documentos, predominava o Latim. No templo, o Hebraico. E na vida quotidiana, o Aramaico, língua em que Jesus ensinava aos contemporâneos.

 

 

Aonde nos leva essa fascinante história das palavras!”

 

Deonísio da Silva
Escritor e Professor, Doutor em Letras pela USP.
Da Universidade Estácio de Sá e da Academia Brasileira de Filologia

 

AC
 

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ALMOÇO EM CLIVEDEN HOUSE: INESQUECÍVEL!

 

Paramos aqui, no post passado, quando desembarquei neste lindo “Spring Cottage”!

 

Como contei, em outro post, cheguei à Cliveden House depois de navegar por quase duas horas, saindo de Windsor: estava feliz e faminta.

 

A fonte linda que inaugura o gramado que mais parece um tapete conjugado à deslumbrante casa!

 

Do lindo “Spring Cottage”, onde aportei, até a casa, percorre-se 10 minutos de carro, cruzando parte dos 370 acres de jardins e parques que compõe a deslumbrante propriedade. De natureza pujante, o bosque que acompanha a estrada é denso e constante, talvez pra preparar a nossa entrada na magnífica e gigantesca clareira que abriga o palacete e que começa numa fonte linda, continua por um imenso gramado e termina, triunfalmente, na porta da casa que mais parece um castelo, com sua serena majestade: bem vindos à Cliveden House.

 

Eis a suntuosa Cliveden House: Uma espécie de Downton Abbey da vida real…

 

Com 300 e muitos anos de histórias pra contar, ela nos recebe como se fôssemos um de seus ilustres hóspedes do passado. Construída pelo Duque de Buckingham, em 1666, Cliveden House habituou-se a hospedar a realeza inglesa, até o início do século XX, quando passou às mãos da elite burguesa americana, ao ser comprada pelos Astor. Predestinada, a clientela mudou de reis e duques para “stars” como Charles Chaplin, Bernard Shaw, Winston Churchill ou Franklin Roosevelt: se suas paredes falassem, “Downton  Abbey” estaria perdida.

 

O deslumbrante salão da casa: amo vermelho com verde limão!

 

De outro ângulo… A mesma beleza!

 

Da porta pra dentro, tudo continua lindo-maravilhoso, pontificando o visual anglo-americano, de seus últimos proprietários: na parede ao fundo do salão reina, forever,  Nancy Astor, num lindo óleo pintado pelo divino John Singer Sargent.

 

Vejam Nancy Astor pontificando nas paredes de Cliveden, até hoje, lindamente retratada pelo mestre Sargent!

 

Detalhe da escada capotante que leva ao segundo andar de Civeden!

 

Com a lareira acesa, bouquets maravilhosos e uma atmosfera de filme de época, não me senti cliente um minuto, mas uma ilustre convidada. Nesta onda cheguei à biblioteca, pra encontrar alguns minutos de descanso e um drink geladérrimo.

 

O bar montado na biblioteca: chic!

 

Depois que a gastronomia virou a oitava arte e nos leva aos confins da terra, atrás de suas estrelas, segui para o almoço, que nos esperava e onde tudo estava di-vi-no! Mas muito aqui entre nós, devo confesso: ele estava predestinado ao segundo plano… Impossível competir com os “Remains of the day”.

 

Vejam que linda a “sala de jantar”. Temos que pelejar pra lembrar que estamos num restaurante…

 

Outro recanto…

 

Esta é a vista da sala de jantar: para os lindos jardins de Cliveden!

 

Close up no meu suflê Grand Marnier: sobremesa que como rezando!

 

Fica o conselho: passe um dia de pura magia, com esta dupla dinâmica: “Boating at Cliveden” e “Cliveden House”. São, simplesmente, imperdíveis! BN

 

Termino com a elegância do senhor Manuel da Silva, nos salões de Cliveden House. Nosso querido motorista, que nos guiou por toda Londres e fora dela, sem titubear: ele fez toda a diferença!

 

CONTATO:
TEL: +44 (0) 1628 668561

SITE

 

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VISITANDO BRASILIA EM DOIS DIAS PARTE 2

Aqui vai a continuação da visita à Brasilia por Claudia Estrela Porto.

 

No segundo dia comece pelas históricas superquadras SQS 108 e SQS 308, as primeiras construídas, seguindo a filosofia de Lúcio Costa de “Unidade de Vizinhança”, com a Escola-Parque, o Clube de Vizinhança, a Biblioteca e o Posto de Saúde. Caminhe pela SQS 308, apreciando o paisagismo de Burle Mark, além dos prédios residenciais e equipamentos escolares.

 

Visual aéreo das super quadras da asa sul

 

 

308 sul com jardim de Burle Max

 

 

Logo na entrada, você verá uma pequena igreja cuja cobertura inclinada nos faz pensar numa proa de navio, a “Igrejinha”, recoberta de mural de azulejo azul e branco figurativo, de Athos Bulcão. Esta foi a primeira igreja construída em Brasília, mesmo antes da inauguração da cidade, em 1958, como pagamento de uma promessa da primeira-dama Sarah Kubitschek.

 

 

Igrejinha por Claudia Estrela Porto

 

Depois desça até a Avenida das Nações, ao longo da qual se localizam as Embaixadas. A Embaixada da Itália e do México são obras primas de arquitetura. Pegue a Ponte das Garças, atravesse o lago, e visite o Setor de Habitações do Lago Sul, região de classe média alta e rica de Brasília.

 

 

A incrível embaixada da Italia

 

 

Embaixada do México em Brasilia

 

 

Retorne pela terceira ponte, a ponte Juscelino Kubitschek, e vá para o campus da Universidade de Brasília. Inicie o roteiro pela Praça Maior da Universidade, visitando o prédio da Reitoria e a Biblioteca Central. Ao lado da Reitoria, o Memorial Darcy Ribeiro, mais conhecido como “Beijódromo”, do arquiteto Lelé, acolhe o acervo de Darcy, idealizador da universidade. Depois caminhe pelos jardins, delimitado pelo imenso prédio do Instituto Central de Ciências, sem dúvida a construção mais expressiva de Niemeyer para a UnB.

 

 

Ponte Jucelino Kubitscheck

 

Campus da UNB por Claudia Estrela

 

 

Reitoria da UNB por Claudia Estrela

 

 

Termine o dia visitando o Centro Cultural do Banco do Brasil, projeto de Niemeyer, onde sempre há exposições interessantes.

 

 

Centro Cultural Banco do Brasil por Claudia Estrela

 

Espero que este roteiro montado por Claudia ajude vocês a passar dias agradáveis na nossa capital, conhecendo pontos turísticos maravilhosos e se divertindo!

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