LIVRO QUE É UMA JÓIA RARA: “OS BANQUETES DO IMPERADOR”!

 

Cartão de embarque para horas de puro prazer: "Os Banquetes do Imperador" é um livro imperdível!
Cartão de embarque para horas de puro prazer: “Os Banquetes do Imperador” é um livro imperdível!

 

Esta dica eu vi no Instagram do chiquérrimo Ricardo Stambowsky, grande cerimonialista que entende, como poucos, do riscado que bordo a seguir.

 

Dom Pedro II colecionou muitos dos cardápios de
Dom Pedro II colecionou muitos dos cardápios de banquetes cerimoniais de Estado, como chamava as recepções a que comparecia.

 

Trata-se do livro “Os Banquetes Do Imperador”, de Francisco Lellis e André Boccato, Editora Senac. No caso, o imperador é Dom Pedro II, que colecionou 1050 cardápios ao longo da vida, seguindo um hábito elegante e muito útil do século XIX.

 

Eis a foto do mais antigo cardápio do Brasil, de 1 de agosto de 1858: Punham em destaque o número de participantes do jantar (Cent vingt couverts)
Eis a foto do mais antigo cardápio do Brasil, de 1 de agosto de 1858: Amei o destaque para o número de participantes do jantar (Cent vingt couverts)

 

Me refiro ao “colecionismo”, mania mundial daquela época, que ocasionou coleções divinas capazes de preservar a história, algumas com objetos que eram verdadeiros exemplos culturais e que, quando em mãos reais, viraram até acervo de Museus Nacionais, fundados pelos monarcas de então. Assim, muito do cotidiano foi conservado e nos instrui e diverte ainda hoje, como estes menus que fazem parte da “Collecção D. Thereza Christina Maria” da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, pois foram deixados de herança para a imperatriz e por ela doados ao “Museu Biblioteca”.

 

Entre muitas pérolas, o livro conta também sobre receitas da época!
Entre muitas pérolas, o livro conta também sobre receitas da época como esta “sopa camponesa”.

 

Dom Pedro II foi um homem extremamente curioso, cultivado e participativo: Foi o primeiro brasileiro a ter máquina fotográfica (suas fotos são famosas) e telefone, que instalou no Palácio de São Cristóvão para comunicar-se com seus ministros. Juntando o hábito de colecionar ao espírito aventureiro que o levou mundo afora, o imperador teve a simpática idéia de juntar cardápios dos “banquetes cerimoniais de Estado”, maneira como chamava os “eventos” gastronômicos a que comparecia.

 

Este cardápio é de um jantar dado pelo Príncipe de Gales, em Marlborough House em 1887: O francês como a língua oficial das grandes mesas.
Este cardápio é de um jantar dado pelo Príncipe de Gales, em Marlborough House, para Dom Pedro II, em 1887: O francês como a língua oficial das grandes mesas.

 

Este livro delicioso é fruto, como mencionei acima, de ação corriqueira que o tempo transformou em documento histórico e trata de 130 dos 780 cardápios que restaram à coleção (297 foram “sumiram”, pode?!) e foram selecionados por suas belezas gráficas, registros de viagens e importância dos pratos mencionados.

 

Menu do navio Congo que era um "Paquebot": Inicialmente eram mbarcação que fazia serviços postais e de passageiros e no século XVIII passou a ser navios regulares de passageiros!
Menu de um almoço no navio Congo que era um “Paquebot”, ou melhor, inicialmente embarcação que faziam serviços postais e de passageiros mas que,  no século XVIII, passou a ser navios regulares de passageiros!

 

Dividido em três partes, “Introdução”, “A Coleção de Cardápios” (subdividida em menus de navio, exterior e no Brasil) e “Historiografia da Gastronomia Brasileira do Século XIX”, “Banquete” conduz seu leitor à uma viagem gastronômica única, brindando os embarcados com imagens lindas, histórias pitorescas, informações úteis outras nem tanto, mas todas imperdíveis.

 

Uma pérola: Foto da capa e introdução menu do famoso "Baile da Ilha Fiscal", no dia : Véspera da proclamação da república!
Uma pérola: Capa e introdução do menu do famoso “Baile da Ilha Fiscal”, em 9 de novembro de 1889 : Um dos estopins da proclamação da república!

 

Corram atrás pois o livro é divertimento puro e merece lugar de honra em nossa estante! BN

 

Fecho com a receita de nossa eterna "Feiloada", versão século XIX!
Fecho com a receita de nossa eterna “Feijoada”, versão século XIX!

 

 

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