OS ÓRFÃOS DA MODERN SOUND!


A saudosa entrada do templo da perdição: impossível sair de lá com as mãos abanando!

Num dos papos maravilhosos que bato, de quando em vez, com a querídissima amiga, Adriana Beltrão, ela comentou que seu pai, Fernando Augusto Beltrão, ex-fequentador da finada loja Modern Sound, tinha retomado, com seus companheiros de “seita”, os antigos encontros, que por lá aconteciam, para falar de música e outras paixões, e que estavam adorando o revival!

O sociólogo e aficionado por jazz, Fernando Beltrão, visita o BLOG pra nos contar sobre os encontros dos ex frequentadores da Modern Sound!

Desde então, não sosseguei enquanto não tive notícias destas reuniões, pois amei saber que “Elvis e a Modern Sound não morreram”. Como bem me ensinou meu guru, Junito Brandão, a palavra religião vem de religare, ou re-ligar (o céu com a terra), através das cerimônias de culto que viabilizam o processo de unir o crente ao credo. Assim, refazendo o grupo, o sociólogo e morador de Copacabana, Fernando, descobriu a maneira mais eficiente de manter viva aquela maravilhosa energia, que a loja emanava!

Panorâmica do "Palácio da Música" carioca!

Pra quem chegou agora, a Modern Sound vendeu, de 1966 até 2010, tudo de melhor da música clássica e moderna, dos quatro cantos do mundo, com maestria, competência, elegância e muito charme. Situada no coração de Copacabana, a convivência por ali era tão agradável que acabou tornando-se um ponto de referência, de encontro e a até a segunda casa de muitos clientes, que viraram amigos e, na sequência, órfãos.

A turma da "retomada"!

Saudosismo de lado, deixemos o Fernando contar como se deu “a retomada” e se você se animar, os encontros são abertos! BN

BN: O que foi a Modern Sound na sua vida?
FB: Frequentei a Modern Sound desde que era uma pequena loja  no mesmo lugar, na Rua Barata Ribeiro. Conheço o dono , Pedro Passos, que já na década de 60 vendia LP´s de jazz importados, música clássica e popular brasileira.  A loja era frequentada por artistas e músicos, entre eles, Macos Valle,  Roberto Menescal, Sérgio Mendes e também estrangeiros como Carmem Macrey,  Naomi Campbell. Nos últimos anos , por morar a menos de 200 metros da MS, frequentava a loja de três a quatro vezes por semana.
Nos anos 90 , Passos resolveu ampliar a loja se tornando um templo da música em Copacabana que   também servia de palco para shows de músicos famosos como Cauby Peixoto, Ivan Lins, Leny Andrade , e internacionais, como Laura Fiji , por exemplo, e Michel Legrand. Muitos deles autografaram meus CD´s.

BN: Por que, exatamente, ela fechou?
FB: Com a internet, muitas pessoas começaram a baixar músicas pelo computador o que afetou a venda de CD e DVS´s das lojas. Lojas no mundo inteiro também não conseguiram concorrer com o advento da internet como a Tower Records, em Nova York e fecharam suas portas.

BN: Onde os encontros acontecem?
FB: Sempre aos sábados no Restaurante Peixe Vivo, em Copacabana e também no Shopping dos Antiquários,na Empório Occhiliali Café , onde toca um trio que de Bossa Nova e Jazz , as quintas-feiras, de 19h às 23h.

BN: Como surgiu a ideia do reencontro?
FB: A turma, com pena de se dispersar, tratou de arrumar outros points para se encontrar.

BN: O grupo é fechado?
FB: Não, o grupo  é composto em sua maioria por ex- frequentadores da Modern Sound, advogados, médicos, engenheiros, amigos, mas pode ir quem quiser.

BN: Senão, como se entra para esta maravilhosa turma?
FB: Basta chegar e será  bem-vindo.

BN: O que vocês fazem nos encontros?
FB: Colocamos o papo em dia e  escutamos boa música. Tem uns que estão aposentados e outros na ativa, então, é sempre uma boa oportunidade de colocar o papo em dia e trocar ideias.

BN: Chega a ter pauta?
FB: Não. O papo não fica só na música, vai de política ao futebol e os últimos acontecimentos no país e no mundo. È uma terapia.

 

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