Achei que a combinação da decoração de minha querida amiga Ana Paula Leão Teixeira com a comida de Cecilia Motta foi uma mistura que deu incrivelmente certo!
Ana Paula como sempre com suas lindas mesas muito floridas e alegres, e a comida de festa de Cecilia ficaram em perfeita harmonia. A menu foi divinamente bem escolhido pois a mesa ficava montada a noite toda, sempre com as comidinhas prontas para serem degustadas, tudo feito com muito capricho a quatro mãos. Vejam se não é um deleite total!
Uma das gratas surpresas, em Cuba, foi descobrir que seus restaurantes são bastante bons. Instalados, na maioria, nos lugares mais charmosos e inusitados, serviço beirando a perfeição (garçons com escolaridade universitária), apesar da grande dificuldade com ingredientes e bebidas por conta do embargo, conseguem sair-se bastante bem no quesito comida: por lá o cardápio caseiro reina. Principalmente se lembrarmos a total falta de conexão com o criativo e tecnológico mundo da alta gastronomia, estas modernidades ainda não bateram na porta da Ilha. E, pra ser sincera, gostei muito de tirar férias das espumas,” leitos” de purês, caviar de legumes e toda esta “gastronomenklatura” que nos encanta mas também pode entediar, quando passam dos limites.
Por muito tempo, o regime político fez de Cuba um país incomunicável; ia-se à Ilha por questões emergenciais e com explícita autorização. Com a crise russa dos anos 1990, que implicou na suspensão da ajuda soviética ao país, o turismo recomeça por necessidade de sobrevivência e da estaca zero, seguindo a estrada do improviso. Na sequência, surgiram os “Paladares” que até hoje bombam por lá e mesmo mudados, continuam significando “restaurante à cubana”. Inicialmente, eram residências que abriram suas portas para servir refeições aos interessados, com cinco ou seis mesas, espécie de refeitório público/privado, instalados nas casas. Pelo estilo de tratar o cliente, como se estivessem em casa, virou um “lugar conceito” e inspiração permanente. Hoje, pelo que entendi, a maioria é estabelecimento comercial privado, no formato de restaurante, sendo que este percurso gerou um interessante circuito gastronômico. Conto, a seguir, por onde passamos.
RESTAURANTES EM HAVANA:
– CAFÉ DO ORIENTE:
Localizado na linda Praça de São Francisco, em Havana Velha, jantamos aí em nossa primeira saída em Havana, por sugestão do querido Embaixador Cesario Melloantonio, que nos deu a honra de sua companhia. Restaurante tradicional, sua decoração européia impressiona com pinturas antigas, espelhos e muita luz de vela. A comida é gostosa e os frutos do mar são a especialidade da casa. Pedi um peixe que estava divino.
– PALADAR DOÑA EUTIMIA:
Instalado num sobrado de dois andares escondido no final de uma ruela que sai da Praça da Catedral, Havana Velha, este é um dos lugares mais disputados para se comer na cidade. Portanto, reservar é imprescindível. Super aconchegante e charmoso, a comida do Doña Eutimia é super saborosa e caseira. Amei os croquetes, o peixe com arroz e feijão no capricho e a goiabada com queijo da sobremesa sortida… Me lembrou muito um lugar que conheço chamado Brasil!
– IVAN, EL CHEF JUSTO: Localizado no segundo andar de num pequeno prédio centenário, em frente ao Museu da Revolução, este restaurante de comida mediterrânea estilizada é uma verdadeira delícia. Ivan é considerado o chef mais cool do país e jamais esquecerei seu ravioli de siri…
– LA GUARIDA: Pelo conjunto da obra, elegi este o meu restaurante preferido em Cuba. Só sua dramática entrada, num prédio antigo na parte central da cidade, já é um acontecimento. Instalado no último andar da deslumbrante “La Mansion Camagüey”, hoje funcionando como uma espécie de cortiço, a primeira impressão do La Guarida é arrebatadora: subimos seus três andares por uma escada deslumbrante à meia luz, que dá um efeito emocional arrebatador. No percurso, vamos conhecendo alguns dos moradores que enterrarem suas portas, misteriosos, para dar uma olhadinha. Me senti personagem de “Morangos com Chocolate” filmado aí.
Chegando ao Paraíso o ambiente é tão espetacular, que duvidei não estar em Nova York. Chiquérrimo, “very cool”, requintado, lindo… É ilimitado o rol de adjetivos para classificá-lo. Por isso, pulemos pra comida que é divina, tipo cubana moderna, a carta de vinhos a melhor da cidade (proeza, em se tratando de Cuba) e a lasanha de frutos do mar é “unforgettable”, como diria Nat King Cole…
– LE CHANSONIER:
Passamos por sua porta 2 vezes e quase desistimos já que achar o lindo casarão construído em 1860 e que abriga o restaurante, é missão semi impossível. Caso tenha sucesso, tudo é perdoado tal a beleza do look contemporâneo de seu interior, a categoria do serviço e a qualidade do “sound track” que embala o ambiente mágico. Tomei uma sopa de caranguejo dos deuses e do chef Enrique e depois, um frango com molho de tamarindo divino, inolvidable!
– EL COCHINERO:
Lindo é o mínimo que podemos dizer do prédio onde fica o restaurante mais alegre que fomos em Cuba. Pé direito gigantesco que obriga a passarmos por uma prova física de resistência até estarmos devidamente instalados em seus lindos domínios, o Cochinero abriga em seu segundo andar um simpatissíssimo restaurante, que começa numa sala e esparrama por um pátio/pomar delicioso. Mas deixe a preguiça de lado e rume pro último andar onde chegará às cercanias do céu. Te esperando há o mais lindo terraço, arrumado como “lounge”, vista capotante da cidade e uma maneira de ser caseira que dá vontade de mudar… Pra lá, é claro. Um barzão funciona a todo vapor produzindo os mais variados drinks combinados com tapas divinos à sevilhana. Luxo só. Noves fora maravilhosa música ao vivo e a cores que te faz pensar estar … Heaven, I’m in heaven, and my heart beata so that I can hardly speak…”
– LA ESPERANZA: Nada mais charmoso do que este restaurante aconchegado, há 19 anos, numa deliciosa casa quase à beira mar, com atmosfera inglesa, jardim encantador e Hubert, seu elegante proprietário, que entende de música e comida como poucos na Ilha. Comi um frango no mel inesquecível!!!
RESTAURANTES FORA DE HAVANA: (Sempre em função de um belo passeio)
– CAFE AJIACO: Muito simpático e acolhedor, o Ajiaco além de salvar a todos os fãs de Hemingway famintos depois de homenagear o ídolo (ele fica em Cojimar, a 10 minutos da casa do escritor ou a 50 minutos do hotel em Havana…), é também uma bela escolha por seus próprios méritos. Os frutos do mar por aí são de primeiríssima e feitos com todo esmero. Quem conhece o Clube Marimbás, sabe do que estou falando!
– RESTAURANTE XANADU: O hotel Xanadu, em Varadero, ocupa a maravilhosa ex casa da família Dupont, expoente industrial no país, antes da revolução e é, sem dúvida, o mais concorrido do país (reservas, só com 2 anos de antecedência). A casa é histórica e ainda hoje preserva parte do look original, além da beleza do entorno que é composto por uma praia linda e campo de golfe, ambos da propriedade. Por isso, uma deliciosa maneira de conhece-lo é ir almoçar ou jantar por lá.
– RESTAURANTE CASA DI DON TOMÁS: Foi onde almoçamos quando fomos à Vuelta Abajo visitar a fazenda produtora de tabaco. A comida caseira é bastante honesta mas o “high light” do pedaço é a linda casa do final do século XIX onde o restaurante está instalado, referência na arquitetura cubana.
Quem puder não deixe de assistir ao documentário “DIOR and I”, contando os bastidores da Maison Christian Dior com a chegada de Raf Simons, o designer belga que assumiu o comando da casa!
Leve, interessante, emocionante, bonito de se ver, o documentário nos mostra o dia a dia, os bastidores, as divinas costureiras da marca, como cada peça é feita, de maneira concisa e agradável; amei e recomendo pra quem gosta e se interessa pelo assunto.
Vi na Apple TV e virei fã de carteirinha de Raf Simons, genial, que além de ter feito uma linda coleção, teve a idéia sensacional de cobrir de flores variadas as paredes da casa onde foi feito o desfile, simplesmente dos mais lindos da história! Palmas pra ele!
AC
Abaixo a coleção de Primavera 2015, que está nas lojas agora!
Vestido da próxima coleção de Outono-Inverno 2016, abaixo:
Estive em Praga o mês passado, e fiquei encantada com o Monastério de Loreta que é um dos mais importantes centros de peregrinação da Republica Tcheca. Ele foi construído ao redor da replica da Casa da Virgem Maria (a verdadeira está em Loreto na Italia) e a construção começou em 1626.
A coleção de ostensório é extraordinária.
Só para lembrar : Ostensório, ou custódia, é uma peça de ourivesaria usada em atos de culto da Igreja Católica Apostólica Romana para expor solenemente a hóstia consagrada sobre o altar ou para a transportar solenemente em procissão.
Estes eu fotografei dentro do pequeno museu de objetos litúrgicos do monastério e são peças únicas. Vejam se não é uma beleza esta coleção…