Depois da minha declaração de amor incondicional à Sicilia, no post “A Linda e Velha Sicília, Parte 1″, e como lá prometi, deixo uma sugestão de roteiro para a encantadora ilha, o mesmo que fez a minha cabeça e encheu meus olhos de beleza pura!
Como contei, a viagem foi dividida em três partes e seguimos do oeste para o leste, com um pit stop no meio:
Base Oeste – Palermo,
Pit Stop – Agrigento,
Base Leste- Taormina.
EM PALERMO:
Chegamos à Palermo, de avião, e pousamos na cidade por cinco dias, hospedados no Villa Igiea, um palacete Art Nouveau do início do século XX, mega délabré, comme il faut, no reino das duas Sicilias.
Emblemático, o hotel guardou o mobiliário da época, fotos de reis, rainhas e hóspedes ilustres que por lá passaram, e uma vibe de tudo isso, repleta de orgulhosa decadência, nos lembrando que aquele tempo de esplendor já era, e que ninguém mais fará parte dele. Porque é assim na terra dos Leopardos: ela, como eles, é sinuosa, silenciosa, suntuosa e, sobretudo, snobérrima! Nada de novo é bem vindo! Máxima assimilada ou viagem perdida…
Sigam nossos passos:
Dia 1- Chegada e aclimatação à Palermo. Fizemos um sightseeig pelo hotel, que tem dimensão de villa e roteiro próprio. Jantamos por lá, pois nada é mais bonito do que a varanda do seu restaurante, que tem vista acachapante pra famosa baia local.
Dia 2- Visita à cidade de Palermo, capital da ilha-estado, manhã e tarde. Jantamos na estrebaria do palacio onde Luchino Visconti filmou o último baile de seu Gattopardo, um must go!
Dia 3- Visita à translumbrante catedral de Monreale, mais importante legado da passagem dos normandos à Sicilia!
Dia 4- Visita às ruinas gregas de Selenunte, à beira do mar, bonito!
Depois, seguimos para Segesta, onde visitamos seu lindo templo solitário e grego, no estilo dórico, que reina majestoso no alto de uma colina, tendo a seus pés o que restou da cidade grega que o concebeu e foi destruída pelos cartagineses!
Almoçamos em Erice, situada em cima de um penhasco, e da onde, em dia de céu claro, vê-se a até a Tunísia: um luxo!
Dia 5- Visita à Cefalú, charmosérrima cidade derramada sobre um penhasco, com o Mediterrâneo a banha-la, mais ruínas gregas, catedral Normanda, com mosaicos deslumbrantes, montes de barzinhos e pequenos restaurantes pra te deleitar, e que são umas verdadeiras graças. Almoçamos num, debruçado sobre a vedete local “La Rocca”, onde comi os melhores calamares fritos, ever!
EM AGRIGENTO:
Dia 6- Partimos para Agrigento, onde visitamos o Vale dos Templos, cuja acrópole, com seus templos imponentes de pedra friável, está praticamente intacta e nos deixou boquiabertos. À noite, é mais surpreendente ainda, principalmente se vista de cima, já que fica em uma planície. A iluminação feérica deixa a impressão do conjunto ser de terracota: é, simplesmente, surreal! O restaurante Caprice é um lugar maravilhoso para se jantar e curtir este fantástico show da vida!
Dormimos num hotel, bem mediano, na entrada da cidade.
Dia 8- Visita à Villa Romana del Casale, do século I, em Piazza Armerina. Das coisas mais lindas que já vi nesta vida!!! Conta a lenda, que foi uma casa de verão, do imperador romano Maximiano, e seu conjunto de mosaicos é capotante, revestindo os pisos desta jóia siciliana. Em cada ambiente, o desenho é temático, fazendo alusão ao uso que se dava a ele. Requinte é isto… o resto é brincadeira!
Fica no caminho entre Agrigento e Taormina.
Bem perto daí, e também on our way to Taormina, tem a cidade que produz as cerâmicas típicas sicilianas. Chama-se Caltagirone e é obrigatória a sua visita pra quem, como eu, ama levar, quando possível, algo lindo e típico, dos lugares por onde passa.
Estas cerâmicas, além de deslumbrantes, são acessíveis, pois os preços são mara e as lojas locais se encarregam de despacha-las pra sua casa, aonde quer que você more. Fazer o seguro que eles te propõe, vale super a pena, apesar de ser a parte mais cara da história, pois se acontecer algo, como foi o meu caso, eles repõem, sem stress, a peça avariada, bastando mostrar uma foto.
EM TAORMINA:
Além de ser uma das lindas cidades da chamada Magna Grécia. na costa oeste da Sicilia, com praias deliciosas e muito pra ver, Taormina também é famosa pelo charme do seu centro histórico, repleto de ruelas cheias de lojinhas, bares, restaurantes e vida, muita vida, que a faz inesquecível: é uma espécie de Capri, há trinta anos atrás, antes da sua fratella isola se empiriquitar e virar uma “Daslu à beira-mar”, como definiu um amigo meu.
Ficamos hospedados no Hotel San Domenico, um deslumbrante mosteiro do século XV, que foi inteiramente restaurado e decorado com móveis e objetos da época, noves fora seus deslumbrantes jardins e a vista estonteante para o mar Jônico, com o Etna à direita, fazendo pano de fundo!
Dia 9- Visita à Taormina, dia inteiro, se perdendo e se achando, por seu labirinto de ruas, uma verdadeira delícia!
Dia 10- Visita à melancólica Catania, cidade que abriga o mais bonito do barroco Siciliano: de uma majestade perdida inesquecível, como uma cidade fantasma/habitada, se é que isto é possível! Um must go!
Dia 10- Visita à famosa Siracusa, que foi a metrópole mais bonita e poderosa da magna grécia e sua cidade mais badalada, entre os séculos quinto a terceiro a.c.. Suas ruínas, deste tempo de glória, estão por toda parte e muitas vezes se misturam à construções mais modernas, que as incorporou. Como no Duomo de Siracusa, de 1700 e blau, como diz minha Maria, e que abriga o Templo de Atena, do século quinto a.c., linda simbiose!
Muito mais acontece por lá, noves fora a animação contemporânea em seus milhares de bares e restaurantes, de uma alegria contagiante!
Dia 11- Visita à Regia Calábria, para conhecermos os famosos “Bronzes de Riace”, do século V a.c., contemporâneos das esculturas de Fídias e da mesma escola. São dois guerreiros que parecem vivos e suas presenças, de tão imponentes, chegam a dar medo. Estão expostos no museu arqueológico local e são tão famosos pros italianos que basta perguntar pelos “bronzes”, que já está entendido!
Além do mais, a travessia do estreito de Messina, que separa nossa ilha-heroína do continente foi, no mínimo, uma emoção geográfica e um sonho de infância. Via ferry boat, que sai a cada hora, carregando carros, você e quem mais aparecer!
Dia 12- Afivelamos nossas malas e voltamos para casa, certos de que fizemos uma viagem de sonhos! BN