Dei pulos de alegria quando a querida AC me contou, sábado passado, sobre a nova edição de um dos clássicos da historiografia carioca, o emblemático “História das Ruas do Rio”, de Brasil Gerson. Foi desligar o telefone e ventar pra livraria mais próxima, atrás de um exemplar pra ilustrar meu fim-de-semana, e também engrandescer minha biblioteca com o melhor da literatura do Rio e sobre ele.
Produzida e ilustrada com todo esmero, pela competente “Editora Bem-Te-Vi”, a sexta edição de “Histórias…” é um afago para nossa “Cidade Maravilhosa”, justo no ano em que completa seus 450 anos de existência: por suas páginas o autor tece a interessante história do Rio de Janeiro, contada através da criação de suas ruas, das pessoas que emprestaram seus nomes à elas, e dos episódios relevantes da saga brasileira que estas ruas foram palco já que, por séculos, o Rio foi capital do país.
Com um texto elegante, informações precisas e preciosas e fotos lindíssimas, Gerson cobre a feitura da cidade com maestria cronológica e um didatismo sutil, fundamental para que não nos percamos por entre suas ruas, becos, praças, avenidas…
Assim, recanto por recanto, a cidade vai sendo cantada e delineada pelo talento de sua pena. Além de descrever as transformações físicas e geográficas da vila que virou metrópole, com nuances encantadoras, o autor não esqueceu das mazelas da história carioca que aborda junto com hábitos dos anônimos que mudaram o destino daqui, compondo assim, em paralelo, uma bonita e emocionada crônica da nossa “evolução”.
Alexei Bueno, em sua maravilhosa introdução ao livro, nos conta que:
“Todas as cidades têm no tempo a sua mais espantosa dimensão. Invisível para quase todos os seus habitantes, no que transcenda o breve alcance de suas memórias pessoais, é como cegos para ela que a maioria dos homens as atravessam. Seus olhos, que se abrem para as três dimensões do espaço, vivem perenemente fechados para a quarta dimensão da sucessão infinita. Uma única coisa tem o condão de lhes abrir a vista para esta cidade invisível: a História”…
Falou e disse Alexei, e este livro inspirado cumpre plenamente esta missão… Por isso, batamos palmas pra nossa adorada e competente Vivi Nabuco: sua “Bem Te Vi” arrasa! BN