A Sicília é dos lugares mais incríveis e genuínos que conheci.
Como nas páginas de Lampedusa, que é “a sua mais perfeita tradução”, a melancolia domina aquela velha, distinta e linda senhora, veramente italiana! Morna e ensolarada, arrastada e totalmente imprecisa, sua essência vai entranhando, vagarosa, em nossas almas, até nos intoxicar. Apesar do atraso, pobreza e de uma estagnação sem cura, a Sicília é tudo de bom e muito mais!
Encravada no meio do Mediterrâneo, e a maior ilha deste mar, a Sicília foi o umbigo do mundo náutico, desde a antigüidade até o homem começar a voar. E todos que navegegaram, por lá passaram, deixando incauculáveis tesouros, que denunciam este passado de glória e fazem a festa dos turistas de hoje.
Existem duas formas de conhece-la, por barco ou carro, e uma distância de milhares de dólares, entre uma e outra. Mas nada que mude, fundamentalmente, o prazer de descobri-la, porque ela é imperdível! A diferença é, sobretudo, uma questão de edição: pra quem vai por mar, a viagem é mais romântica e o ângulo mais generoso. Os que vão por terra, deparam-se com as suas entranhas contemporâneas. Mas há quem assim prefira, como os neo-realistas, os easy going e eu…
A minha viagem à Sicília foi mágica e por terra, isto é, chegamos de avião e depois, carro o tempo todo. Éramos um grupo de quatro casais, sendo que três maridos, brilhantes embaixadores brasileiros. Com este time, calculem a competência do nosso roteiro: impecável tanto em logística quanto em conteúdo.
A estratégia foi dividir a ilha em três partes e hospedarmos em cada uma delas, até esgota-la, antes de seguir viagem. Fomos do ocidente para o oriente, isto é, de Palermo (“base do oeste”) pra Taormina (“base do leste”), fazendo um pitstop em Agrigento (“base do centro”). Idéia simples e engenhosa, pois é a melhor forma de se cobrir a vastidão siciliana. Resumindo:
No leste, hospedamos em Palermo, por cinco noites;
No centro, hospedamos em Agrigento, por uma noite;
E no oeste, em Taormina, por quatro noites.
Se consegui despertar em você alguma curiosidade sobre a terra dos Leopardos, leia amanhã, o “Vecchia Sicília, parte 2”, pois nele especifico o roteiro que fizemos, com nosso passo-a-passo e conto sobre os hotéis em que ficamos. Queria registrar que todos os meus sonhos de viagem viram realidade, nas mãos amigas e competentes do Lord Bob Medici, da Pelágio Turismo! A domani! BN
FOTOS PRA TE DEIXAR COM ÁGUA NA BOCA!
PRA TERMINAR, DÊ UM ROLÉ VIRTUAL PELA ILHA!