Show acabarmos esta segunda-feira pra lá de chuvosa com um post estimulante da nossa musa Vanda Klabin, não acham? Pois é isto aí: ela dá o ar de sua graça, no nosso BLOG, contando sobre a maravilhosa exposição “Fuga >Lenta”, da instigante artista Joana César, da qual é também curadora.
Através de Vanda Klabin, Joana César e a Galeria Athena Contemporânea encontraram-se e daí surgiu a primeira exosição individual da artista das palavras cifradas e símbolos misteriosos. Assim, desde 12 de abril até domingo que vem, dia 6 de maio de 2012, onze placas de aço galvanizado de diversos tamanhos, escolhidas pela curadora, mais uma interferência diretamente numa das paredes da Galeria, em forma de painel, medindo 300 X 250 cm, compõe a linda mostra e aguardam a nossa visita.
Curtamos o relato da Vanda e as fotos dela e do Eduardo Masini; aos dois agradeço a imensa gentileza.
E fica a sugestão de um programaço para amanhã, que é feriado, ou o próximo fim-de-semana, já que esta lindeza está acabando, repararam nas datas? BN
” JOANA CÉSAR: FUGA> LENTA, POR VANDA KLABIN!”
Joana César nasceu no Rio de Janeiro, em 1974. Na década de 90, teve aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e fez curso de fotografia e de filosofia. Em 2003, começou a realizar uma série de pinturas que continham mensagens cifradas, nos muros da cidade do Rio de Janeiro.
A formulação de seu vocabulário pictórico foi construída em relação direta com o tecido da vida urbana. Os muros, vestígios, resíduos eram tratados como lugares de memória para Joana César expor suas vivências e a verdade poética de seus pensamentos. Foram esses elementos que firmaram o potencial estético do seu trabalho.
Sua obras parecem guardar uma imediaticidade da experiência, reter o singular. Exploram paradoxal e simultâneamente a idéia do efêmero, do passageiro, do transitório, como também a da permanência: aquilo que se elimina, aquilo que se acumula. A supressão de sucessivas camadas e/ou o acúmulo representam uma constituinte do seu processo de trabalho. Ainda assim, permanece um aspecto ambíguo, presidido por dois movimentos: saber se impregnar e se desmanchar.
O fazer artístico de Joana César envolve todo um sistema de signos cifrados, que ganham cores e formas nesta mostra e que fazem parte de sua mitologia pessoal. Utilizados como uma espécie de dispositivo do cotidiano, como uma forma de equivalência poética para expressar a sua linguagem plástica, agora se manifestam como um dos principais símbolos da cultura urbana.
Esta grafia passou a integrar a sua obra como um elemento substantivo e adquiriu uma potencialidade e um universo próprio dentro do seu trabalho. A artista reforça sua linguagem, se valendo de elementos banais do cotidiano, tais como lenços bordados, partituras musicais, anotações matemáticas, aliados a sua misteriosa caligrafia; tudo isso tendo como suporte velhas placas de metal galvanizado, saturadas pelos resíduos do caos urbano.” VANDA MANGIA KLABIN
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