Chegou a vez do restaurante sensação de Londres, que além da comida divina, tem das localizações mais incríveis da cidade, pois fica de cara pro gol e pros jardins do Hyde Park. A gente não sabe se come, se vê, se suspira ou se faz tudo ao mesmo tempo…
Din.ner, com é chamado, é uma outra face do mago Heston Blumenthal, o mesmo maestro do “The Fat Duck”. Com visual mais urbano, em comum eles têm cozinhas prá lá de elaboradas, totalmente diferentes uma da outra, com cardápios bem distintos e experiências gastronômicas também.
Com serviço super atencioso e funcionários amabilíssimos, estive no Din.ner e me senti em casa, tipo nunca te vi, sempre te amei. Logo que sentamos fomos avisadas que nossa “Festa de Babette” giraria, ao estilo clássico, em torno de três pratos, a serem escolhidos entre oito opções, para cada “categoria”: entrada, prato principal e sobremesa.
E aí vem o grande barato: Blumenthal e seu sócio, Ashley Palmer-Watts, montaram um erudito cardápio para o Din.ner, depois de minucioso estudo sobre o passado gastronômico da Ilha. Para tanto, instalaram-se na maravilhosa Biblioteca Britânica, pesquisando os livros ancestrais da culinária inglesa, contando inclusive com a ajuda preciosa de historiadores, encantados com a iniciativa. Como a maior parte da bibliografia sobre o assunto é escrita à mão, o trabalho da dupla foi de monge medieval, recuperando receitas esquecidas e modernizando-as, para compor um menu “de museu”.
A decoração é contemporânea e tem a cozinha envidraçada como a grande vedete do ambiente.
No mais, é sentar no “Din.ner”, pedir e rezar para agradecer a primorosa refeição. As pernas de rãs e a “Tipsy Cake”são inenarráveis e inesquecíveis…
Termino, com uma sequência de fotos do show que é o sorvete “home made” do Din.ner”, feito em pleno salão: os “finalmentes” de Blumenthal são sempre lúdicos! BN
Quando saiu a lista da revista inglesa, “Restaurant”, com os 50 melhores restaurantes do mundo em 2013, reparei que meu velho conhecido, The Fat Duck, havia despencado vertiginosamente, saindo do décimo terceiro lugar em 2012, para trigésimo terceiro este ano. Lembrei ainda, das três gloriosas estrelas que detém e que o consagraram, no bombado Guia Michelin, e fiquei intrigada: estas listas…
Como ia passar uns dias em Londres, resolvi ir tirar minha prova dos 9 e fui à encantadora cidade de Bray, Berkshire, almoçar, sob a batuta de Heston Blumenthal, seu glorioso chef, e antecipo: tudo continua como dantes, no Castelo d’Abrantes.
Faço uma pequena pausa para resumir o craque, Blumenthal. Tudo começou na vida deste “auto didata” do 4 bocas quando, aos 15 anos, numa viagem à França, com os pais, teve seu primeiro contato com o mundo da gastronomia almoçando no “L’Ouest de Baumanière”, na Provence: foi “love at first bite”…
Seguiu em frente até virar um dos principais alquimistas da culinária mundial, resultado de muita mão na massa e ousadia suprema: com pouquíssima experiência abriu seu primeiro restaurante, justamente o The Fat Duck, em 1995, como um bistrô francês e que, rapidamente, evoluiu para a moderna cozinha molecular, de Ferran Adria. Para mantê-lo, quase quebrou, chegando a vender tudo que tinha. Só arribou quando ganhou sua primeira estrela Michelin, em 1999. Daí em diante, foram só alegrias: 2004 recebe a terceira estrela e em 2005 o título de “Melhor Restaurante do Mundo”, dado pela revista inglesa, “Restaurant”.
Segunda pausa: para meu susto: como só trigésimo terceiro?! … Cheguei à uma modesta conclusão: quem sabe a criativa cozinha molecular, depois de tantas pirotecnias, esteja numa “entre safra”; já ganhou o mundo e está entronizada na alta gastronomia mundial. Mas ainda não é vintage, ou melhor, clássica. E, por isto, o Fat Duck esteja num momento “last season”… Como a qualidade de sua mesa continua a mesma, é só uma questão de tempo. O importante é que continuamos comendo, como reis, neste charmoso restaurante.
Instalado numa construção do século XVI, ele acolhe com louvor 13 mesas, 42 funcionários e o mérito de ser um dos grandes representantes da alta gastronomia inglesa. Tem cardápio fixo, em torno de 15 pratos, alta tecnologia, muita imaginação e magia, e bebe na fonte da cozinha “tecno emocional”, como Blumenthal gosta de chamar. Combinação de técnicas culinárias e truques, ele admite: “o perigo é a tecnologia ultrapassar o valor do prato”. Entre tudo de divino que comi por lá, “Sound of The Sea” é sempre a sensação: todos os sentidos alinhados, em ode ao paladar.
Próxima ida à Londres, agende este programaço que é o ” The Fat Duck” e cumpra o conselho de seu estrelado chef: “It should be about having fun”… Vá nessa que é bom à beça! BN
TERMINO COM A “EXIBIÇÃO” DE UM DOS PRATOS MAIS INCRÍVEIS E SUA HISTORINHA…
O “Fat Duck” também é cultura: por exemplo, este consomé, servido em partes, traz consigo um ritual e conecções históricas e literárias. Chama-se “Mad Hatter’s Tea Party” e mistura uma receita inglesa do século XIX, de “Falsa Sopa de Tartaruga” um must da época, com referências literárias do chá do “Chapeleiro Maluco”, personagem do clássico dos clássicos, “Alice no País das Maravilhas”.
Sua discrição:
– Mock Turtle Soup: Mock = objeto programado que simulam o compotamento de outro. Assim, miolos de leitão dublavam a tartaruga, em sopas no século XIX, porque o preço do réptil era proibitivo, então. Como hoje é também proibido o consumo, o “Fat Duck” usou o mesmo artifício em sua receita. + –Pocket Watch: Referência à Alice no País das maravilhas e o relógio do coelho apressado que pergunta, no chá da rainha, para Alice e o Chapeleiro: já viram um “mock turtle”? Como Alice não sabe que bicho é este, a rainha se encarrega: é a “coisa”da qual é feita a “Mock Turtle Soup”… + – Toast Sandwich: Delícia os mini sanduichinhos, do chá da Alice, com o consomé, di-vi-no… Vejam nas fotos!
CONTATO:
HIGH STREE, BRAY, BERKSHIRE SL62 AQ
TEL: +44 01628 580333
Este restaurante, YAUATCHA, foi super bem recomendado por uma amiga amadíssima, que entende muito de comida chinesa, pois ama, e não sai dos aviões!
Ela me disse que é simplesmente divino, delicioso, além de lindo! Além de uma comida incrível, o chá lá, repleto de patisseries delicadíssimas, é imperdível, aliás só perde para o de Buckingham Palace, e se tiver a companhia da Rainha!
O restaurante TALVO, em St Moritz, é simplesmente espetacular! Com o charme do décor da região, tudo simples e de muito bom gosto, lá se come maravilhosamente bem! É sempre uma experiencia gastronomica inesquecível!
Neste dia tinha uma exposição com as vaquinhas mais lindas, todas pintadas, uma diferente da outra, espalhadas pelas mesas. A mesa ao lado da nossa, com uns indianos chiquérrimos, arrematou todas!